segunda-feira, 24 de março de 2008

Kazeon

Croquis da Kazoen e escultura em jequitibá

No Vale dos Templos (Kinkaku-ji), em Itapecerica da Serra , 50 km de São Paulo, o monge Kogen Gouveia está esculpindo o Kanzeon de 11 faces em um pedaço de 2 metros do tronco de um jequitibá, com mais de 400 anos.
Neste final de semana estivemos lá - eu, a Valéria Colela e a Angela Tostes que vieram do Rio de Janeiro, para fazer uma visita e ver como ele desenvolve escultura.
Kazeon já tem as formas mais definidas. Uma das 11 cabeças está pronta. Kogen finaliza a escultura de cima para baixo tendo como referência um croquis detalhado.
Devido à pouca largura do cerne do jequitibá e uma quantidade grande de madeira branca Kogen modificou o movimento do braço direito, deixando-o mais estático.

Seu livro "A ponte" está em fase de revisão e ainda sem data definida para ficar pronto. Ali relata um pouco da sua vida pessoal, as reflexões sobre a vida monástica, suas pedaladas pela cidade do Rio de Janeiro entre outras tantas coisas. Fez a iniciação monástica no Mosteiro Zen Budista Morro da Vargem, no Espirito Santo. Entre as muitas atividades do mosteiro fez diversas esculturas. Uma delas esculpida em um tronco de jaqueira: "Botisatwva da Compaixão" e pela sua beleza e grandiosidade o mosteiro edificou uma capela em sua homenagem. Depois passou um período no mosteiro de Mogi das Cruzes em São Paulo. De lá foi para o Japão aprimorar os conhecimentos de monge e fazer um curso de escultura. Depois viveu um tempo no sul da Bahia e lá descobriu este tronco de jequitibá que está esculpindo. Voltou para São Paulo e foi para o moseiro do bairro da Liberdade. Agora é o monge residente do templo Kinkaku-ji
Às vezes não diferencio o amigo do monge. Como amigos conversamos sobre tudo: arte, amores, trabalho, filho, mulheres e aquela imagem de um ser imantado, supremo é dissolvida. Ali na minha frente está um individuo como eu e muitos outros. Acrescido da sabedoria de tantas meditações.
Kinkaku-ji, Itapecerica da Serra - SP

"O portal de entrada em um mosteiro budista não tem fechaduras; é de livre acesso e de livre regresso: a fluidez do Caminho".






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Um comentário:

Ceci disse...

olá, boa matéria resumindo o trabalho desse brasileiro dedicado ao auto conhecimento via zen budismo, ele é meu filho e ontem estivemos em visita ao Enko Ji,
com muita alegria vimos seu cotidiano, e sua força de vontade em prosseguir na construção da escultura.
Abraços a equipe que o conheceu.
http://severaceci.blogspot.com