terça-feira, 6 de julho de 2010

Sábia e ferina macróbia

Jaguar

Peguei na estante as Máximas e Inéditas da Tia Zulmira. Uma das melhores safras do Stanislaw Ponte Preta - o filósofo/humorista dos costumes cariocas e da política brasileira, e vim lendo, no buzão. Editora Codecri 1976. No total são trezentas Máximas e Inéditas com desenhos do Jaguar e prefácio do Sérgio Cabral

Jaguar - desenhista dos bambas. Um dos fundadores do Pasquim: o "hebdomanário".



Política tem esta desvantagem: de vez em quando o sujeito vai preso, em nome da liberdade.

As crises políticas nacionais são tratadas de maneira tão sensacionalista pela imprensa brasileira que, se a gente estiver no estrangeiro, ao ler um jornal brasileiro tem a impressão que, ao voltar, não encontrará mais o país.

O fato de um homem ser muito preparado não implica em que ele seja bom político; creolina também é preparado e limpa latrina.

No Brasil a política se resume em não deixar a onça com fome nem o cabrito morrer.


O carnaval mudou muito. Hoje em dia o verdadeiro folião é aquele que fica em casa, sentado numa confortável poltrona, ouvindo as besteiras que os locutores dizem.

As estatísticas corretas nos deixam sempre uma falsa impressão.

Dono de cartório de protesto é uma espécie de cafetão da desgraça alheia.

Uma mulher do passado da gente dói muito mais do que duas.

Se ginga fosse malandragem o pato era o rei dos malandros.

A experiência ensina que a mulher ideal é sempre a dos outros.

Há sujeitos tão inábeis que sua ausência preenche uma lacuna.

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